05/11/2011
Do
que os pais protegem seus filhos?
A
questão da educação está sendo bem discutida e questionada dentro da sociedade
civil e religiosa e pouco retratada no meio familiar.
Atualmente venho me preocupando com a
educação de crianças e principalmente dos adolescentes que acompanho diariamente
no ambiente de trabalho. Passo muito tempo a pensar na forma, pela qual está
processando a educação. Mas para isso, não posso me ater na educação atual sem
passar pela historia da educação de nossos país e mesmo pela maneira de como se
passou a nossa educação. E não precisamos ir muito longe, é só pensar em alguns
meros 20 anos atrás, onde a educação estava centrada no respeito e nos valores
familiares.
Se formos adentrar no assunto iremos passar
pela Educação egípcia e Chinesa que marcaram época pelo tradicionalismo e o
respeito à cultura de seu povo. Mas nem mesmo estas culturas milenares não conseguiram manter-se fora dos padrões estruturais
desta sociedade, a partir do momento em que abriram as portas para a
globalização. O mercado está acima de qualquer governo e além fronteiras.
Um País em pleno desenvolvimento procura
seguir os modelos dos países desenvolvidos como: o Norte Americano, os Europeus
e até alguns países Asiáticos, mas a diferença é muito grande nos países Latino Americanos e principalmente
no Brasil onde a maioria dos familiares está completamente equivocada e a cada
dia está perdendo os seus valores no que diz respeito à educação dos filhos. Os
pais não sabem com se proceder perante uma fala ou um pedido do filho. Quando um filho chega até o pai ou a mãe, ele
usa de ameaças, chantagem e até mentiras para conseguirem o quer, e os engana
com facilidade e os mesmos não tomam uma postura firme e de autoridade sobre o
seu filho. A sociedade esta em constante
mutação e a família não consegue acompanhar a evolução da mesma, encontramos os
diversos tipos de pais e as mais variadas posturas adequadas e inadequadas
perante o querer dos filhos.
Há pais que deixam os filhos a mercê da
sociedade negando a ameaça que ela atua
perante os seus filhos, e com isso há grupos de riscos que os adotam e não os
mete medo do que há de provir. Para proteger o filho, libera geral ou protege
demais, sem saber se o filho corre ou não o risco, mesmo estando sob a
proteção dos pais e familiares. No ano de 2008, eu enfrentei sérios problemas
com alunos que não tinha limite, porque o pai não tinha autoridade sobre eles,
mas os apoiavam e deixando a escola sem o devido apoio. Um grupo de aluno aprontava e os pais
não acreditavam que eles faziam as travessuras
e que a escola exagerava ao relatar
os fatos. E um dos pais que dizia ser amigo
do filho, dizia saber todas as atitudes cometidas pelo filho, e continuou a
apoiar as atitudes do filho, e virando as costas para escola. Mas o aluno logo depois
foi pego envolvido no tráfico.
O pai teve a pretensão de proteger o filho da
escola, mas a escola não o conseguiu proteger o filho da sua própria
ingenuidade do pai. Muitas vezes os pais tornam de forma inconsciente uma
ameaça em vez de proteger e não consegue enxergar o perigo que ele mesmo
transmite ao filho, ao deixar de acreditar nos comentários ou nas observações
feitas pela escola. Pois existe um ditado que nos faz refletir, “onde há fumaça tem fogo” . É melhor acabar com a fumaça enquanto é tempo.
Se não o fizermos corre-se o risco de mais tarde não se apagar e até alastrar
por um caminho sem volta.
Ao atender um cliente, tenho que levar em
conta que o mesmo tem um historia de vida, e primeira coisa é descobrir o seu
universo infantil, ou seja, tudo que o
cerca.
Mas muitas vezes este universo está marcado
pela fantasia que os pequenos clientes têm a respeito do lar. Os mesmos idealizam os pais que queriam ter,
e fazem alusão ao pai(mãe) ideal e não o pai(mãe) real.
Isto me angustia ao presenciar estes fatos, pois
os pais não estão presentes como um apóio a escola, mas sim, de ameaças
constantes sem mesmo ouvir as partes, apenas as falas dos filhos, já os tornam
capazes de denunciar professores, profissionais de Educação e Administração Escolar, tentando proteger o filho de uma instituição
que está do lado do aluno, mas não pode e não deve apoiar as atitudes
errôneas do discente.
Do que os pais protegem seus filhos? Esta é
uma pergunta que gostaria ter uma resposta, pois tenho a impressão de que às
vezes eles querem proteger de si mesmo.
Sabemos que os pais não se conhecem e diante do filho
demonstra medo, insegurança e principalmente demonstra fraqueza perante aquele que deveria
ser filho , fazem a inversão de papeis.
Onde o filho passam a dar as ordem em vez de a recebê-la. Os pais deveriam ser
o exemplo, o modelo de autoridade, mas o filho conhecendo bem seus pais o deixa
impotente e fraco diante de situações adversas. Com isso o medo o torna incapaz
de tomar decisão e preferem fechar os olhos as atitudes e impossibilitando-os
de enxergar os fatos verossímeis. Como
cita Julio Severo autor do comentário, artigos e noticias do Brasil e do
Exterior de 27 de janeiro de 2006.
“A falta de
disciplina pode representar derrota em muitas áreas para pais negligentes, que
abrem a boca para repreender e mais nada. Embora os meios de comunicação
freqüente e insistentemente destaquem os abusos de pais que utilizam a
violência no lugar da disciplina, não há espaço igual para alertar o público
sobre os perigos da falta de
disciplina.”
Assim como havia citado no inicio a questão
da educação se discute em todos os âmbitos da sociedade, menos dentro da
instituição familiar que ainda acredita que a escola é a única responsável pela
disciplina e educação dos seus filhos, e se esquece da parceria entres pais e
mestres, e que ambos são responsáveis para que aconteça o ensino-aprendizagem.
Os conselhos tutelares no intuito de amenizar a violência infantil, tiraram a
autonomia da família e também da escola no que tange a ordem e a disciplina e por
estes e outros motivos os professores tornam –se alvos e são agredido por alunos
.
O pai
não tem outra opção de proteger os filhos de si mesmo, a saber, a lei não esta a seu favor e sim, do
lado do filho, principalmente se for menor de idade.
Luciano Martins Dias
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